Baterias resolvem vários problemas, mas mercado quer demanda pública para aumentar produção
O Brasil precisa urgente de um mercado robusto de sistemas de armazenamento de energia para solucionar problemas no setor elétrico e atrair investimentos. Com a promessa do governo de leilões públicos, expectativas estão altas, mas a falta de regulação e demanda em escala ainda é um entrave.
Sistemas de Armazenamento de Energia no Brasil
O setor elétrico brasileiro enfrenta desafios como cortes de energia e altas contratações de térmicas, que poderiam ser superados com sistemas de armazenamento de energia (BESS).
Os BESS são contêineres com baterias que armazenam eletricidade, permitindo seu uso em horários de alta demanda e preços elevados. Apesar de seu sucesso internacional, como nas versões da China, EUA e Europa, o Brasil avança lentamente nesse mercado.
O governo federal promete incluir os BESS em leilões públicos, mas ainda não anunciou datas ou volumes de contratação. O setor privado, por sua vez, espera regulação e cortes de impostos para impulsionar investimentos.
Fabricantes nacionais, como Weg, Moura e UCB Power, estão prontos para aumentar a produção, mas atualmente sua capacidade é subutilizada. Weg tem 1 GWh de produção, mas apenas 60% é utilizado para BESS. Moura produz 2 GWh, mas limita-se a 350 MWh.
Demanda e Regulação
A primeira demanda em escala no Brasil precisa vir do setor público, especialmente do leilão do governo Lula. Atualmente, a falta de clareza regulatória impede investimentos na tecnologia.
A Bloomberg NEF informa que os custos dos BESS estão em queda, com o custo médio global a US$ 165 por KWh. No Brasil, os preços variam entre US$ 169 e US$ 219.
Empresas chinesas estão interessadas no leilão com estratégias para evitar impostos. Entre elas, a Huawei estuda produção local, enquanto a BYD considera expandir suas operações no Brasil.
Mercado Competitivo
O mercado global é dominado por fabricantes chineses, que detêm cerca de 90% da produção. Para competir, as empresas brasileiras precisam crescer em escala e se beneficiar do leilão, que poderá gerar uma cadeia de suprimentos forte.
O futuro do mercado de BESS no Brasil depende da definição de regulatórias claras e um ambiente favorável para investidores e fabricantes.