Bastidores: Lula ficou aborrecido com Lupi, mas deve preservar ministro
Lula demite presidente do INSS após esquema de fraudes, mas mantém Carlos Lupi no ministério. A decisão reflete a necessidade de alinhar interesses políticos em meio à crise no Congresso e à pressão por resultados na Previdência.
Presidente Lula demite o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, após revelação de um esquema bilionário de fraudes.
A decisão não afeta o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que permanece no cargo devido à aliança com o PDT, com 17 deputados e 3 senadores no Congresso.
A base governista enfrenta instabilidade, especialmente após o líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), recusar o convite para o ministério das Comunicações.
Lula ficou contrariado com Lupi, que não agiu para prevenir o aggravamento do escândalo. Em coletiva, Lupi admitiu ter indicado Stefanutto, mas defendeu a proteção dos funcionários até decisão baseada em fatos.
O esquema, investigado pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal, é o maior desde a criação da CGU, com desvios estimados em até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Stefanutto foi avisado sobre as fraudes por relatórios, e sua experiência prévia no INSS levanta suspeitas.
Em 2022, o ex-diretor de benefícios, André Fidelis, foi demitido por suspeita de envolvimento no esquema. Uma portaria foi editada para exigir biometria na autorização de mensalidades associativas, mas não foi implementada.
Analisando o cenário, fontes do Planalto afirmam que Lula não está descontente com Lupi, devido à manutenção do pagamento antecipado do 13º salário de aposentados.
No entanto, a fila de espera do INSS para benefícios e aposentadorias quase dobrou, acumulando quase dois milhões de requerimentos até hoje.