Base social de Lula se reorganiza para 2026 e lança consulta popular em busca de mobilização
Consulta popular busca mobilizar apoio para pautas do governo Lula antes das eleições de 2026. Iniciativa pretende ouvir os cidadãos sobre redução da jornada de trabalho e taxação de renda, visando fortalecer alianças com movimentos sociais e partidos de esquerda.
Movimentos sociais e centrais sindicais lançam consulta popular em São Paulo
Na quinta-feira (10), movimentos sociais e centrais sindicais da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciaram uma consulta popular nacional para setembro, visando reaglutinar forças que apoiaram o petista em 2022 e preparar a mobilização para as eleições de 2026.
A pesquisa, chamada de "plebiscito popular", abordará três temas:
- redução da jornada de trabalho sem redução salarial
- fim da escala 6x1
- taxação da faixa de renda acima de R$ 50 mil
A consulta não tem caráter oficial, mas poderá pressionar o Legislativo e o Executivo a avançar nas propostas, especialmente a justiça tributária relacionada ao Imposto de Renda (IR).
O processo foi discutido por frentes como Brasil Popular e Povo sem Medo. Dentre os participantes, estão o MST, UNE, CUT e MTST. A ideia é resgatar o espírito de enquetes anteriores, como a de 2002 sobre a Alca.
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da CMP, a mobilização social pode beneficiar o governo. Movimentos pretendem levar o debate às ruas e sindicatos. "Nossa pauta dialoga com a do governo", afirma Bonfim.
Pesquisas mostram apoio às questões: 64% dos brasileiros concordam com o fim da escala 6x1 e 76% apoiam o IR mínimo para quem ganha mais de R$ 50 mil.
Organizadores esperam que a mobilização contribua para a campanha de 2026. Manuella Mirella, da UNE, destaca a necessidade de isolar a extrema direita, enquanto Antonio Donato enfatiza que mobilizar a população é a função do movimento social.
O evento de lançamento reuniu figuras da esquerda, como o ex-ministro José Dirceu, e parlamentares. "Quanto mais tratar de temas concretos na vida das pessoas, mais a esquerda terá capacidade de mobilizar", afirma Orlando Silva.