Barroso diz que 'ainda é cedo para formular conclusões' sobre grupo de extermínio revelado pela PF
Operação da PF revela grupo de extermínio que monitorava autoridades do Brasil. Investigação está em fase inicial e é considerada "estarrecedora" por políticos envolvidos.
Presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que é cedo para tirar conclusões sobre a operação da Polícia Federal (PF) realizada em 28 de setembro.
A operação revelou um grupo de extermínio que monitorava autoridades, como ministros do STF e parlamentares. Os agentes encontraram uma tabela de preços com valores para os monitoramentos:
- R$ 50 mil para "figuras normais"
- R$ 100 mil para deputados
- R$ 150 mil para senadores
- R$ 250 mil para ministros/Judiciário
Barroso ressaltou que a apuração é sigilosa e ainda em fase inicial.
A PF também encontrou uma lista com nomes de autoridades, incluindo o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O grupo, chamado C4 (Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos), foi descoberto durante a 7ª Fase da Operação Sisamnes, que investiga o assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá (MT).
Esse assassinato está ligado a um esquema de venda de sentenças no STJ. Nesta operação, foram presos cinco indivíduos envolvidos no crime, que incluem militares e civis.
Pacheco classificou a descoberta como "estarrecedora" e externou seu repúdio à intimidação de autoridades no Brasil. Ele pediu que as autoridades competentes investiguem a situação.
A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF. Além das prisões, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, e aplicadas medidas cautelares.