Barroso critica preconceito contra empresários e defende papel da livre iniciativa
Barroso defende a importância da iniciativa privada para o crescimento econômico do Brasil e responde a críticas sobre sua participação em eventos com empresários. O ministro enfatiza que o contato com diferentes setores não compromete a isenção do STF e que a geração de riqueza deve ser mais bem conduzida pelo mercado.
Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu o papel da iniciativa privada no desenvolvimento econômico do Brasil, em declaração durante o 2º Congresso Brasileiro de Direito do Mercado de Capitais, no Rio de Janeiro.
A declaração responde às críticas recebidas por participar de um jantar beneficente com o CEO do iFood, Diego Barreto, destinado a financiar bolsas de estudo para candidatos negros na magistratura.
Barroso foi atacado por críticos que alegaram que sua participação com empresários prejudicaria a isenção do tribunal. Em resposta, ele afirmou que há um preconceito enraizado contra empresários e a livre iniciativa no Brasil.
Ele enfatizou: “Se uma empresa está indo bem e tem lucro, isso é negativo?” E destacou que o lucro é essencial para gerar empregos e movimentar a economia.
O ministro também comentou sobre encontrar representantes de diversos segmentos, ressaltando que o contato com empresários deve ser visto como legítimo, mas que sua presença em eventos gera notícias.
Barroso explicou que eventos reúnem empresas com interesses concorrentes, o que elimina favorecimentos: “Se estou com Bradesco e BTG, e houver litígio, terei que me declarar impedido.”
Ele defendeu uma visão pragmática sobre a iniciativa privada, afirmando que a geração de riqueza é mais eficiente do que o modelo estatal, e que países avançaram ao entender esse conceito.
O ministro destacou a necessidade de superar a dificuldade do pensamento progressista em lidar com a livre iniciativa e enfatizou que a combinação entre geração de riqueza e distribuição justa via Estado é o caminho para o desenvolvimento.
Essa fala ocorre em um contexto de crescente sensibilidade sobre os limites entre o Judiciário e o setor privado, especialmente em temas regulatórios e trabalhistas.
Barroso finalizou afirmando que sua atuação é guiada pelos princípios da imparcialidade e transparência.