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Barra de chocolate 'presenteável' e ovo parcelado: alta do cacau muda consumo na Páscoa

Vendas de chocolates na Páscoa despencam com alta de preços e ajuste na produção. Indústria aposta em diversidade de produtos para atrair consumidores em meio à inflação e novo perfil de consumo.

A Páscoa de 2024 no Brasil deve ser 12% menos doce, com queda no volume de vendas de chocolates sazonais, segundo a Euromonitor International. Serão 7.320 toneladas vendidas, em contraste com 8.320 toneladas no ano passado.

A Páscoa representa até 70% das vendas de chocolates sazonais, incluindo ovos e coelhos. O aumento de 21,7% no preço de chocolates em barra e bombons ocorreu devido à alta do cacau no mercado internacional.

A indústria irá reduzir em 22,5% a produção de ovos para 2025, totalizando 45 milhões de unidades, devido a custos elevados de embalagem e logística.

Em contraste, o número de itens oferecidos aumentou de 611 para 803. A Hershey's e a Ferrero introduziram novas linhas de produtos, e grandes redes como Carrefour parcelam compras em até dez vezes.

Os bombons representaram 44% das vendas de chocolates antes da Páscoa, enquanto ovos apenas 1,4%. Marco Alcolezi, do Carrefour, observou que consumidores migram para produtos mais baratos.

No Chama Supermercados, a marca Lovare lidera as vendas com preços a partir de R$ 6 por ovo. As vendas de ovos subiram apenas 4%, enquanto peixes e bacalhau aumentaram 20%.

Priscila Ariani, da Scanntech, destacou o efeito "high-low", onde consumidores buscam produtos mais caros. A Ferrero ampliou seu portfólio com tabletes mais acessíveis e novas opções para orçamentos limitados.

O Brasil é o quinto maior mercado de chocolate do mundo, com expectativa de 385 mil toneladas consumidas em 2024, um crescimento de 3%. Contudo, a previsão é de que os preços subam ainda mais em 2025 devido ao fim dos contratos atuais de cacau.

Adriana Murasaki, da Euromonitor, e Jaime Recena, da Abicab, afirmaram que a indústria buscará opções acessíveis ao consumidor.Enquanto isso, Fabio Bentes, da CNC, apontou que a cesta de Páscoa pode cair 1,4% para R$ 3,36 bilhões, com o orçamento das famílias ainda apertado devido à inflação.

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