Bank of America rebaixa ações da Petrobras para “neutras”
BofA reavalia ações da Petrobras em meio a cenário econômico desafiador. A mudança na recomendação acompanha riscos regulatórios e um possível "pacote do petróleo" pelo governo brasileiro.
Bank of America (BofA) rebaixou a classificação das ações da Petrobras de “compra” para “neutra” e diminuiu o preço-alvo dos papéis da estatal.
A decisão foi comunicada na 6ª feira (6.jun.2025) e impacta tanto as ações preferenciais no Brasil quanto os ADRs negociados nos EUA:
- Ações preferenciais (PETR4): preço-alvo caiu de R$ 42 para R$ 34 (redução de 19%).
- ADRs: preço-alvo foi reduzido de US$ 15,50 para US$ 12,50.
O BofA justifica a mudança devido a um cenario macroeconômico desafiador e crescentes riscos regulatórios.
Na 2ª feira (9.jun), as ações preferenciais abriram com queda de 1,75%, a R$ 29,11, enquanto os ADRs recuaram 2,30%, cotados a US$ 11,06.
A reacção do BofA também coincide com uma nova orientação da Opep+ de aumentar a produção de petróleo, apesar da queda de preços internacionais.
O banco ressaltou que tarifas de importação do presidente Donald Trump podem impactar negativamente o crescimento econômico global.
Além disso, a possibilidade de um “pacote do petróleo” pelo governo brasileiro, incluindo aumento de royalties e mudança nas regras de exploração, pode aumentar os riscos regulatórios.
Essa situação pode reduzir o fluxo de caixa e aumentar os custos operacionais da Petrobras.
Como resultado, o BofA elevou o prêmio de risco da estatal e o custo de capital próprio de 18% para 18,8%, diminuindo a atratividade das ações.
Apesar disso, o BofA prevê dividendos atrativos: rendimento de 12,2% em 2025 e 12,3% em 2026, embora essa política possa não ser sustentável com a queda dos preços do petróleo, exigindo revisão na distribuição de lucros.