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Bancos reduzem financiamento para construtoras em quase 50% em 2025, diz Cbic

Financiamento à produção imobiliária enfrenta queda de 49% no início de 2025, alertam associações do setor. Com bancos limitando recursos, a construção de novos empreendimentos pode ser afetada, mesmo com aumento nas vendas imobiliárias.

Desempenho Imobiliário em Xeque

Dados recentes indicam otimismo nas vendas de imóveis, impulsionadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, há preocupações sobre a disponibilidade de recursos para novos empreendimentos, especialmente para a classe média, afetada pelos altos juros.

A Cbic destaca uma queda de 49% no financiamento à produção imobiliária de janeiro a abril de 2025, levando a uma previsão de R$ 20 bilhões para o ano, uma queda de 60% em relação a 2024.

A principal causa é a redução do financiamento via caderneta de poupança, fonte vital do SBPE. Resgates líquidos superaram R$ 200 bilhões nos últimos quatro anos. Em maio de 2025, foram R$ 10,3 bilhões em saídas. A Abrainc atribui isso à maior oferta de opções de investimento.

A FGV/Ibre aponta que os altos juros e a queda nos depósitos de poupança têm impactado a produção. Ana Maria Castelo sugere que recursos de menor custo estão sendo alocados para aquisição, não para produção.

Embora o sistema tenha R$ 1,13 trilhão em captação bancária, a carteira de crédito habitacional é de apenas R$ 551 bilhões. Isso indicaria que há dinheiro disponível, mas a distribuição para obras é questionada.

A Caixa Econômica Federal, principal financiadora, contradiz a queda reportada, afirmando que houve crescimento na linha de financiamento à produção no primeiro trimestre de 2025.

Os dados da Cbic mostram que o crédito para a produção está diminuindo, especialmente entre os bancos privados. Com o pouco espaço para novos financiamentos, a preocupação é que a falta de recursos pode atrasar obras e gerar uma retração futura.

A busca por novas fontes de financiamento é um desafio. As LCIs e CRIs ganharam espaço, mas a possível tributação das LCIs pode comprometer sua atratividade. Luiz França, da Abrainc, destaca a importância da isenção tributária para a popularidade das LCIs.

A Cbic sugere que o depósito compulsório da poupança, que retém mais de R$ 150 bilhões, poderia ser reduzido para liberar mais recursos. A Abrainc propõe vários avanços para estimular o financiamento, como a criação de uma LCI institucional e aumento da exigibilidade da poupança para 70%.

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