Bancos já ensaiam reação à nova delação do caso Americanas

Bancos Itaú e Santander reagem a delação de ex-executivo da Americanas

Após a delação de Fábio Abrate, ex-diretor Financeiro da Americanas, os bancos Itaú e Santander já se manifestaram.

Abrate colaborou com o Ministério Público Federal (MPF), detalhando como os bancos poderiam saber sobre fraudes na empresa através de operações com fornecedores. Essa colaboração está na nova denúncia do MPF, que acusa ex-executivos da Americanas de crimes diversos.

Santander informou ao MPF sua disposição para esclarecer os fatos. Já o Itaú solicitou a apresentação de documentos e listou executivos para depoimentos.

Fontes indicam que ambos os bancos estudam ações judiciais para contestar a delação de Abrate. O relatório do MPF aponta que os bancos trabalharam com ex-funcionários da Americanas para ocultar dívidas.

As fraudes envolviam uma triangulação onde a varejista antecipava créditos com fornecedores, levando a informações falsas nas cartas enviadas aos auditores.

Abrate mencionou que Itaú e Santander eram os bancos mais relevantes para a Americanas, indicando um entendimento entre eles: “Os bancos se falam sobre tudo. Se tem um setor que é organizado, se chama banco”.

O Santander afirmou ser vítima das fraudes, com prejuízo estimado em quase R$ 4 bilhões. O Itaú negou supressão de informações em suas respostas, ressaltando que as operações de risco sacado foram interrompidas em 2017.

Abrate também explicou que convencer os principais bancos era uma estratégia para persuadir outras instituições. Ele reconheceu que tanto as instituições quanto ele estavam cientes da situação financeira da Americanas, mas acabaram por não registrar informações relevantes nas cartas de circularização.

O MPF não se manifestou sobre o caso, que permanece sob sigilo, e a defesa de Abrate não fez comentários.