Bancos centrais deparam-se com dilema diante de ascensão de ‘stablecoins’, diz FT
Bancos centrais enfrentam pressão para regulamentar stablecoins enquanto consideram a criação de suas próprias moedas digitais. Projetos de moedas digitais de banco central enfrentam desafios, com exemplos de fracasso como o da Nigéria.
O Financial Times destacou o dilema enfrentado pelos bancos centrais sobre o futuro das stablecoins, moedas digitais lastreadas principalmente em dólares. O apoio dos Estados Unidos tem impulsionado esse setor.
Um projeto de lei em Washington visa proibir o Federal Reserve de emitir uma moeda digital, enquanto regulamenta as stablecoins privadas como forma de fortalecer a moeda americana globalmente.
Apesar de seu crescimento, o Banco de Compensações Internacionais alerta para possíveis riscos das stablecoins, como ameaças à confiança pública no dinheiro e à estabilidade financeira.
Atualmente, circulam cerca de US$ 250 bilhões em stablecoins. Estimativas indicam que esse valor poderá atingir US$ 3,7 trilhões até 2030, criando riscos para países que não acompanharem esse crescimento.
Modelos de moedas digitais de banco central (CBDCs) estão sendo testados em alguns países, mas com sucesso limitado. O Banco da Coreia suspendeu testes da sua CBDC, enquanto o Banco da Inglaterra reconsidera sua abordagem às stablecoins.
Embora existam 69 projetos globais de CBDCs, apenas três estão ativos. O caso da Nigéria mostra que o lançamento de uma moeda digital estatal pode falhar se não gerar a confiança do público.
Especialistas como Ruth Wandhofer enfatizam que as stablecoins ainda precisam demonstrar viabilidade para transações em grande escala e ressaltam desafios como educação financeira e infraestrutura.
Um projeto bem-sucedido, como o euro digital, pode estabelecer novos padrões de moeda digital e reforçar a posição do setor público no cenário financeiro.