Banco Mundial reduz previsão de crescimento global a 2,3% em 2025
Banco Mundial revisa previsões de crescimento e aponta impactos das tarifas americanas na economia global e na América Latina. A incerteza política e o aumento do protecionismo são destacados como fatores que podem afetar o desenvolvimento econômico da região nos próximos anos.
Aumento das tarifas americanas afeta crescimento global e da América Latina, com previsão de crescimento de 2,3% este ano, segundo o Banco Mundial.
Este valor é 0,4 ponto percentual menor do que o previsto em janeiro. Na América Latina e no Caribe, a redução é de 0,2 pp. O crescimento na região se estabilizará em 2,5% em 2026.
O economista-chefe do Banco, Indermit Gill, alertou sobre a possibilidade de nova turbulência econômica e consequências profundas para os padrões de vida se a trajetória atual não for corrigida.
O aumento de tarifas pelo presidente americano Donald Trump e a guerra comercial com a China são os principais fatores afetando o comércio global. O Banco Mundial descarta recessão este ano, mas prevê o crescimento médio mais fraco desde a década de 1960 no próximo período.
O México será o país mais afetado, com previsão de crescimento de apenas 0,2% este ano. As tarifas de 25% sobre importações não cobertas pelo T-MEC reduziram suas exportações, impactando a economia.
O Brasil terá um crescimento de 2,4% em 2025, muito abaixo da previsão de 3,4% para 2024, devido à queda no consumo e no investimento.
Em contraste, a Argentina se destaca com uma previsão de crescimento de 5,5% este ano, impulsionada por agricultura, energia e mineração.
Previsões por país para este ano incluem:
- Colômbia: 2,5%
- Chile: 2,1%
- Peru: 2,9%
- Bolívia: 1,2%
- Costa Rica: 3,5%
- República Dominicana: 4%
- Equador: 1,9%
- El Salvador: 2,2%
- Guatemala: 3,5%
- Honduras: 2,8%
- Nicarágua: 3,4%
- Panamá: 3,5%
- Paraguai: 3,7%
- Uruguai: 2,3%
O Banco Mundial vê desafios para controlar a inflação na região, especialmente no Brasil e na Colômbia, dificultando a redução das taxas de juros.
Riscos incluem queda no crescimento dos EUA e da China, impactando economias sul-americanas, além da redução das remessas de migrantes, que representam até 20% do PIB em alguns países da América Central e do Caribe.
*Com informações da AFP