Banco Master informou ter mais de 700 mil clientes de CDBs, em apresentação a investidores
A compra de 58% do Master pelo Banco de Brasília expõe a fragilidade da instituição e revela um risco significativo para investidores. O Fundo Garantidor de Créditos pode ter que honrar um montante superior a R$ 50 bilhões devido ao elevado volume de CDBs emitidos pelo banco.
Banco de Brasília (BRB) compra 58% do Master, revelando a fragilidade da instituição. O volume de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) a serem honrados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) chega a mais de R$ 50 bilhões, equivalente a metade do fundo de liquidez do FGC.
O Master não respondeu sobre quantos investidores possuem CDBs, mas uma apresentação revelava que poderia haver “mais de 700 mil clientes”. Esses investidores estão vulneráveis a uma eventual atuação do FGC, já que a conta totaliza R$ 12 bilhões até o fim do ano.
O FGC cobre apenas investimentos até R$ 250 mil. Aplicações acima deste valor, como os R$ 200 milhões da Cedae, ficam expostas. O Master enfatiza as letras financeiras para empresas, que não contam com a proteção do FGC.
Os CDBs se destacam pela rentabilidade, oferecendo até 140% do CDI, atraindo investidores. O volume de CDBs captados saltou de R$ 4 bilhões em 2020 para quase R$ 30 bilhões em 2024.
Investidores enfrentam grande vulnerabilidade devido ao longo prazo (mais de cinco anos) dos títulos, dificultando a liquidez. Agora, para sair de uma aplicação antes do vencimento, precisam buscar outro comprador, o que gerou movimentação no mercado secundário.
A operação com o BRB levou o Banco Central a homologar um aumento de capital de R$ 750 milhões e levantou questionamentos sobre a supervisão do BC e a captação via CDBs. Discussões se intensificam sobre a necessidade de ajustes nesse modelo de captação.