Banco Master: entenda, em 25 reportagens, para onde caminha a venda bilionária ao BRB
A aquisição de 58% do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) levanta dúvidas sobre a saúde financeira da instituição e suas práticas arriscadas no mercado. A operação, que busca consolidar a presença do BRB, ainda precisa da aprovação regulatória e pode ser impactada por questões de governança e riscos financeiros associados.
Banco de Brasília (BRB) surpreende mercado: Anúncio em 28 de março propõe compra de 58% do Banco Master por R$ 2 bilhões. A operação aprovada pelo conselho do BRB envolve 49% de ações ordinárias e 100% de ações preferenciais do Master.
Situação do Banco Master: A instituição, envolta em controvérsias, tem ativos significativos em precatórios e em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas de até 140% do CDI, cercados de dúvidas sobre sua saúde financeira.
Condições da compra: BRB exigiu reorganização do Master e segregação de ativos problemáticos antes da finalização da compra. Presidente Paulo Henrique Costa garante que todos os CDBs emitidos serão honrados.
Possível interferência externa: Apesar de negar, a operação levanta questões sobre a influência política, especialmente devido a conexões do controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, com diversos círculos políticos e empresariais.
Banco Central em alerta: Alertas sobre operações atípicas do Master provocado a mudança nas regras regulatórias. A compra pelo BRB está sob supervisão do Banco Central (BC) e do CADE.
Injeção de capital: Controladores do Master precisam aportar R$ 2 bilhões como parte do acordo de aquisição, aumentando o patrimônio líquido total de R$ 4,1 bilhões para R$ 6,1 bilhões.
Pressão e incertezas: Apesar dos altos lucros em 2024 devido a fatores atípicos, o Banco Master enfrenta desconfiança no mercado e precisa estabilizar sua situação financeira diante de elevados compromissos e incertezas quanto a ativos de margem baixa.
Contexto do mercado: Os grandes bancos buscam regulamentar mais estritamente captações com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), pressionando o BC a reduzir as exigências de contribuição em relação ao Master.
Investigação do TCU: O Tribunal de Contas da União (TCU) vai apurar a supervisão do BC sobre o Master, com base em alegações de potencial omissão de responsabilidades e riscos associados ao FGC com a compra pelo BRB.
Possíveis implicações futuras: A transação ainda depende da aprovação regulatória, e seu desfecho pode impactar a trajetória do Master e sua capacidade de honrar compromissos. Analistas questionam a viabilidade da compra em relação a seus ativos de alto risco.