Aumento do IOF vira faca de dois gumes no mercado. Entenda como afeta seus investimentos
A instabilidade fiscal e a possibilidade de aumento do IOF aumentam a tensão no mercado financeiro brasileiro. Com os investidores apreensivos, o Ibovespa registra baixa e o dólar se valoriza frente ao real.
Disputas políticas no Planalto marcaram o dia do mercado nesta quinta-feira (22), afetando o desempenho financeiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vivenciou uma alegria efêmera com o Ibovespa, que fechou em baixa de 0,44%, aos 137.273 pontos, acumulando perdas de 1,38% na semana.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou um congelamento de R$ 31,4 bilhões no Orçamento de 2025 e um provável aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), gerando incertezas no mercado.
A mudança no IOF, um tributo federal que incide sobre operações financeiras, pode ser implementada rapidamente, aumentando a sensação de risco entre investidores. Sem informações claras sobre quais produtos seriam afetados, a busca por ativos seguros aumentou.
O dólar comercial subiu 0,32% e fechou a R$ 5,66. A moeda americana acumulou uma desvalorização de 8,4% em 2023, embora tenha mostrado perda de 0,27% em maio.
Segundo Thiago Lourenço, economista, o governo enfrenta um dilema fiscal: aumentar gastos sociais ou lidar com despesas obrigatórias crescentes. O mercado esperava um déficit menor, mas as previsões se mostraram frustrantes.
Expectativas sobre investimentos foram impactadas pelo aumento do IOF, que pode encarecer o crédito e afetar a atividade econômica e a inflação, segundo o sócio da One Investimentos, Pedro Moreira.
Embora o incremento do IOF aumente o risco fiscal, ele também pode ajudar a incrementar receitas e potencialmente reduzir a Selic, ao mesmo tempo que libera o apetite ao risco no mercado brasileiro.
A carteira do Ibovespa movimentou quase R$ 19 bilhões hoje, acima da média dos últimos 12 meses.