Aumento do IOF pressiona negócios ligados a tecnologia e serviços
O aumento do IOF sobre serviços digitais afeta diretamente as médias empresas no Brasil, especialmente aquelas com transações internacionais. Líderes do setor destacam o impacto significativo nas margens e a necessidade de diálogo com o governo para ajustes tributários.
Aumento do IOF sobre serviços de câmbio é um dos principais riscos para médias empresas, como a WTM, que facilita transações internacionais.
Mais de 40% do volume de pagamentos de clientes da WTM está ligado aos EUA. O ajuste do IOF afetou contratos e elevou despesas, impactando serviços como computação em nuvem e marketing digital.
Lisandro Vieira, diretor-presidente da WTM, critica o aumento do IOF para serviços digitais, que subiu de 0,38% para 3,5%. Ele menciona um cliente que teve seu imposto sobre a licença do ChatGPT subir de US$ 380 para US$ 3.500.
Vieira, também membro de várias associações comerciais, nota o espanto entre seus pares, já que esse tributo é raro em outros países. Ele acredita que um diálogo com o governo pode possibilitar ajustes na tributação.
Estudo da AEB afirma que o aumento do IOF causará um custo adicional de mais de US$ 700 milhões por ano para as empresas brasileiras. A associação já indica uma carga tributária de 45% maior no setor de tecnologia e serviços em nuvem em relação a outros países.
A multinacional Audaces, que produz software para a indústria da moda, enfrenta efeitos menores. O diretor-presidente, Matheus Diogo Fagundes, destaca a importância de previsibilidade e crédito a longo prazo.
A Quality Digital mantém cautela em sua expansão, priorizando investimentos. O diretor-presidente, Júlio Britto Junior, defende que inovação e disciplina financeira são essenciais para navegar a instabilidade.