Aumento da criminalidade preocupa chilenos e pauta campanha pela Presidência

Motorista Hernán Álvarez relata mudança nos hábitos dos chilenos devido à onda de criminalidade em Santiago, com a população evitando caminhar à noite.

O crime organizado tem impactado não apenas o cotidiano, mas também a política do Chile, especialmente com as eleições presidenciais se aproximando. A corrida eleitoral poderá favorecer a extrema direita.

A taxa de homicídios no Chile aumentou de 2,32 por 100 mil habitantes em 2015 para 6 em 2024, apesar de uma queda durante a presidência de Gabriel Boric. Embora ainda seja uma das mais baixas da América Latina, a escalada de violência preocupa a população.

Um estudo mostra que o Chile perde 2,6% do PIB, aproximadamente US$ 8,2 bilhões anuais, devido à criminalidade, abrangendo custos com segurança e o fechamento de empresas.

Jeannette Jara, indicada da esquerda, lidera as pesquisas, seguida por José Antonio Kast (ultradireita) e Evelyn Matthei (direita tradicional). A participação obrigatória nas eleições aumenta a incerteza sobre o resultado.

O sociólogo Mauro Basaure observa que, apesar de dados objetivos, a sensação de insegurança é alta, transformando a criminalidade em um tema central nas campanhas.

Kast, defensor do regime de Pinochet, critica a resposta do governo à criminalidade, prometendo medidas severas e associando a imigração ao aumento da criminalidade. Propõe reforçar leis policiais e facilitar deportações.

Em contraste, Jara apresenta uma abordagem de diálogo e investigação sobre o narcotráfico, enfatizando a necessidade de um Estado forte e presente nas comunidades vulneráveis.

Basaure destaca que, semelhante ao Brasil, a direita chilena domina o discurso sobre segurança pública, oferecendo soluções de punição e ordem, diferença que é mais evidente entre os candidatos.