Ataques a políticos LGBT+ nas redes mobilizam ativistas, que acionam IA por soluções

Politicos LGBT+ no Brasil enfrentam ataques e ameaças, segundo a organização VoteLGBT. O alerta será reforçado no Dia Internacional contra a LGBTfobia, em um relatório que discute a violência política e propõe o uso de inteligência artificial (IA) para melhorar a representação democrática.

A plataforma Sentinela, usada pela ONG nas eleições de 2024, identificou padrões de violência política contra lideranças LGBT+ e recebeu 34 denúncias, número considerado subestimado. Um teste focou na candidatura de Duda Salabert à Prefeitura de Belo Horizonte, reunindo 14 mil comentários, dos quais 25% eram transfóbicos.

Gui Mohallem, diretor da VoteLGBT, afirma que a violência não é apenas um problema pessoal, mas uma questão democrática. Embora a violência política também atinja outros grupos, as candidaturas LGBT+ enfrentam uma intimidação desproporcional.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitiu, pela primeira vez, que candidatos registrassem sua orientação sexual e identidade de gênero, resultando em 3.357 candidaturas LGBT+ e 225 eleitos nas eleições de 2024. Apesar do aumento, ainda há sub-representação do grupo na política.

O relatório intitulado "Tecnopolíticas da dissidência" discute o uso responsável da IA e a necessidade de regulamentação do ambiente digital para combater a violência e a opacidade dos algoritmos, que podem aumentar o risco para grupos marginalizados.

A VoteLGBT ressalta a invisibilidade e impunidade da violência política LGBTfóbica online e propõe recomendações, como a criação de marcos regulatórios e mais investimento em educação digital. O projeto de lei sobre a regulamentação da IA atualmente tramita na Câmara dos Deputados.