Ataque da Ucrânia com drones se tornou marco na história das guerras, diz especialista
A Ucrânia inova ao utilizar drones de baixo custo para atacar alvos estratégicos na Rússia, demonstrando uma nova abordagem na guerra moderna. A operação, planejada meticulosamente, evidencia a eficácia de táticas não convencionais e o impacto de tecnologia acessível no conflito.
Operação Spider, realizada pela Ucrânia neste domingo, 1º, utilizou drones baratos para destruir aviões militares russos de ponta, indicando uma mudança nas estratégias de guerra.
Kateryna Bondar, pesquisadora do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS), afirmou que a operação exemplifica como sistemas não tripulados e de baixo custo podem gerar impacto estratégico. Ela destaca que, combinando tecnologia acessível, logística criativa e precisão, a Ucrânia desafia as convenções sobre escala e vulnerabilidade.
Drones de US$ 600 a US$ 1.000 conseguiram atingir aviões russos que valem bilhões, mostrando uma crescente tendência na guerra moderna de infligir danos desproporcionais.
A Ucrânia lançou um total de 120 drones em um ataque a quatro bases aéreas russas, atingindo 40 aviões — representando 34% da frota russa capaz de lançar mísseis.
O ataque foi planejado ao longo de um ano e meio, com os drones camuflados em caminhões. Após a entrega, os drones foram lançados remotamente para atacar partes sensíveis dos aviões, como cabine de comando e tanque de combustível.
Além disso, o uso de tecnologias com inteligência artificial permitiu um direcionamento preciso aos alvos. Os ucranianos treinaram modelos de IA com aviões soviéticos antigos para reconhecer as partes a serem alvejadas.
Bondar observa que a Rússia enfrentará desafios significativos para repor suas perdas, já que sua base industrial não está adequada. O ataque também evidenciou a necessidade de rever a segurança das bases russas, que atualmente não estão preparadas para se defender contra essas novas táticas de guerra.