Ataque a direitos humanos marcam cem dias de 'reinado de Trump', diz relatório da Anistia Internacional
Relatório da Anistia destaca retrocessos globais nos direitos humanos e aponta a volta de Trump como uma ameaça à democracia. Brasil enfrenta crescentes violações, incluindo violência policial e discriminação racial, segundo a ONG.
Relatório Anual da Anistia Internacional destaca os primeiros cem dias de Donald Trump como presidente dos EUA, marcados por ataques aos direitos humanos.
O documento, com mais de 400 páginas, examina a situação dos direitos humanos em 150 países, incluindo o Brasil, que enfrenta:
- Abusos por parte de agentes de segurança contra pessoas negras;
- Violência no campo;
- Degradação ambiental;
- Aumento no número de feminicídios.
Para a Anistia, "o mundo está em uma encruzilhada histórica", com forças eliminando os ideais de direitos humanos. A volta de Trump é vista como um perigo para a democracia e para os direitos internacionais.
A ONG também menciona o genocídio em Gaza perpetrado por Israel, ameaças na Ucrânia e Sudão, e retrocessos nos direitos de meninas, mulheres e da população LGBTQIA+.
A diretora-executiva da Anistia no Brasil, Jurema Werneck, enfatiza o aumento das práticas autoritárias e os impactos devastadores da presidência de Trump, tanto no âmbito interno quanto externo, incluindo apoio à violência na Ucrânia e ao apartheid contra os palestinos.
O relatório critica Israel por genocídio e violações em Gaza, com 60% das vítimas sendo mulheres, crianças e idosos. As condições de vida em Gaza também são alarmantes, com alta desnutrição e danos a escolas.
No Brasil, a Anistia considera a descriminalização do porte de maconha um passo importante, porém limitado. O aumento da violência policial, especialmente em operações como a que resultou na morte de João Pedro, e a falta de responsabilização são preocupações destacadas.
Werneck afirma que o Brasil não tem conseguido prevenir o racismo e outras opressões, resultando em consequências negativas para o país.