Assassinatos em bairro tranquilo abalam a calma da Cidade do México
Crime chocante na Cidade do México expõe a influência crescente de cartéis de drogas na política local. Autoridades enfrentam pressão para reavaliar estratégias de segurança após assassinatos de assessores da prefeita.
Execuções públicas e valas comuns são comuns nas áreas do México dominadas por cartéis de drogas.
Até terça-feira (20), a Cidade do México era um refúgio contra a violência. Isso mudou com o assassinato de dois assessores da prefeita, Clara Brugada, em um bairro tranquilo. O crime levanta suspeitas de envolvimento de profissionais e pode ser uma vingança por prisões recentes de líderes do narcotráfico.
A presidente Claudia Sheinbaum prometeu apoio total à investigação. As execuções impactam a percepção de segurança no país, onde quase metade dos cidadãos se preocupa com a segurança, segundo pesquisa da LatAm Pulse.
A situação de segurança do México se agrava com pressões dos EUA para que Sheinbaum controle a violência, deixando para trás a abordagem passiva de seu antecessor.
A coletiva de imprensa da presidente foi ofuscada pelos assassinatos, que ocorreram logo após um anúncio de apreensões de drogas. O analista Armando Vargas destaca que isso pode afetar a imagem pública de Sheinbaum.
Em agosto, brigas internas entre cartéis e o ataque a García Harfuch, então secretário de Segurança, mostram uma crescente violência política.
Sheinbaum adotou uma nova postura de segurança, afastando-se da estratégia anterior que militarizava a resposta ao crime. Apesar disso, mais de 16 mil homicídios foram registrados durante seu mandato até abril.
O aumento da violência durante as eleições e o desejo do crime organizado de infiltrar-se na política levantam novas questões sobre a eficácia da estratégia de segurança de Sheinbaum.
Em sua coletiva, Brugada expressou tristeza pela perda e assegurou que não haverá impunidade no combate à insegurança.