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As mulheres engravidadas e depois abandonadas por agentes da ONU: 'Sumiu sem dizer nada'

Crianças nascidas de relações com agentes de paz da ONU enfrentam estigmas e abandono em meio a uma crise humanitária no leste da RDC. Denúncias de exploração sexual e falta de responsabilização aumentam a inquietação sobre a atuação da missão da ONU na região.

Desigualdade e Exploração na República Democrática do Congo

Em Birere, Goma, Dimitri, 12 anos, se esconde da hostilidade por seu cabelo cacheado e pele clara. Sua mãe, Kamate Bibiche, relembra seu relacionamento com Yuriy, um agente da paz da ONU, que desapareceu após descobrir sua gravidez.

A Monusco, missão da ONU, é acusada de explorar mulheres e meninas locais desde sua implantação em 1999. Kamate, que mantém recordações de Yuriy, destaca o desequilíbrio de poder nos relacionamentos entre os agentes e as comunidades vulneráveis.

Mais de 8 milhões de pessoas estão desalojadas na região, que enfrenta uma crise humanitária intensa. Maria Masika, 17 anos, narrou sua experiência de ter um relacionamento com um agente da paz, resultando em uma filha e a necessidade de recorrer à prostituição para sobreviver.

A Força de Defesa Nacional da África do Sul afirma tratar denúncias de abuso sexual com seriedade. Entretanto, as vítimas enfrentam estigmas e muitas vezes não sabem do apoio disponível para elas, como o fornecido pelo Fundo Fiduciário de Assistência às Vítimas.

Um relatório de março de 2024 revelou um aumento nas denúncias de abuso, com 66 das 100 denúncias atribuídas à Monusco. Apesar das promessas de justiça e capacitação, muitas sobreviventes, como Kamate e Maria, permanecem traumatizadas e sem acesso à assistência.

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