As milhares de crianças da Coreia do Sul separadas das famílias à força e enviadas ao exterior para adoção

A história de Shin Kyung-ha, uma menina que foi adotada nos EUA após ser levada de sua casa na Coreia do Sul, destaca as sérias violações relacionadas às adoções internacionais.

Em 1975, Kyung-ha, com apenas seis anos, foi enganada por uma mulher e enviada a um orfanato, onde permaneceu por sete meses antes de ser adotada por uma família na Virgínia.

Sua mãe, Han Tae-soon, nunca desistiu de procurar por ela durante 44 anos, até que finalmente se reuniram em 2019 com a ajuda de testes de DNA.

No entanto, o reencontro foi amargo, pois Kyung-ha acreditava ter sido abandonada pelos pais. Han exigiu desculpas pela separação prolongada e expressou sua indignação pela ilegalidade do processo de adoção.

Um recente relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação da Coreia do Sul revelou que muitas crianças foram adotadas ilegalmente, com informações distorcidas ou falsas.

• As adoções ocorreram principalmente entre as décadas de 1960 e 1990.
• O governo sul-coreano criou uma “indústria de adoção” que tratava crianças como mercadorias.
• A maioria dos pais não teve consentimento ou foi enganada sobre o que aconteceria com suas crianças.

A pesquisa identificou 170 mil crianças que foram adotadas fora do país e denunciou a falta de supervisão das agências durante o processo de adoção.

O governo sul-coreano reconheceu os problemas históricos, mas ainda enfrenta crítica por continuar a enviar crianças para adoção internacional até hoje.

Em 2024, Han Tae-soon processou o Estado, lançando luz sobre as adoções ilegais e buscando a responsabilização do governo.

A situação revela a necessidade urgente de abordar as consequências emocionais e legais enfrentadas por famílias afetadas pela adoção international.