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As crianças levadas a tribunais de imigração nos EUA sem advogados: 'É como tirar paraquedas antes de jogar do avião'

Meninas imigrantes enfrentam sozinhas o sistema judicial dos EUA sem assistência legal adequada. Uma juíza oferece apoio em meio a uma crise crescente de desamparo entre menores desacompanhados.

Juíza Olga Attia pediu um livro para colorir a uma menina de 5 anos durante uma audiência sobre deportação em San Diego, Califórnia.

A menina chegou aos EUA em março de 2024, sem adultos responsáveis, vinda do México com sua irmã de 13 anos e irmão de 15. Todos foram detidos por cruzarem a fronteira de forma irregular.

A mãe da menor, que já emigrou para os EUA, afirmou: "Não podemos permitir isso". Attia agendou uma nova audiência para maio e sugeriu uma organização para orientação legal.

A situação é crítica, com 26 mil crianças enfrentando processos migratórios sozinhas. Em março, o governo americano cancelou contratos com organizações que oferecem representação a menores não acompanhados, mas uma juíza bloqueou a decisão temporariamente.

As crianças, muitas não falam inglês, enfrentam um sistema jurídico complicado sem apoio legal. O advogado Jonathan D. Ryan criticou essa situação como “crueldade”.

Desde 2005, a Lei de Proteção a Crianças Estrangeiras não Acompanhadas garante certos direitos, mas a representação legal gratuita só existe em processos penais, não nos migratórios.

Em abril, após ação judicial, uma juíza federal restaurou temporariamente a assistência legal, argumentando que o financiamento contínuo é crucial para a eficácia do sistema.

O aumento de menores sozinhos na fronteira é alarmante; em 2022, o número atingiu 128 mil. Advogados afirmam que a ausência de representação legal pode levar à deportação, com apenas 33% de comparecimento em audiências entre aqueles sem advogado.

A advogada Daniela Hernández Chong Cuy relatou casos complexos, como o de uma mãe de 15 anos com uma bebê, destacando a necessidade urgente de assistência legal.

As diretrizes atuais exigem um bom sistema para proteger essas crianças, mas medidas recentes aumentaram a insegurança no sistema legal migratório.

Ryan conclui: "Todos os presentes no tribunal deveriam garantir que um defensor acompanhe a criança."

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