As bets comem a renda do povo
A proposta do presidente do BNDES visa criar uma alternativa de arrecadação que alivie a pressão do aumento do IOF, enquanto busca mitigar os efeitos negativos das apostas esportivas na economia e nas finanças familiares. No entanto, a falta de ação eficaz do governo levanta preocupações sobre o futuro financeiro de famílias em vulnerabilidade.
Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, propõe sobretaxar apostas esportivas para mitigar o impacto do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e criar novas formas de arrecadação.
Mercadante alerta que essas plataformas estão prejudicando as finanças populares. Tributá-las poderia ajudar a aliviar encargos sobre a economia formal.
Enquanto o governo Lula não apresenta soluções para o problema das apostas, a arrecadação se torna um foco central, evidenciando a falta de compromisso com o controle das despesas públicas.
Ofensiva no Congresso: há atualmente 42 projetos de lei que tentam restringir a publicidade de apostas.
O Senado já aprovou medidas que coíbem a propaganda de casas de apostas em estádios e a participação de celebridades, visando proteger o público jovem e evitar falsas promessas de rendimento.
Nos primeiros meses de 2025, apostadores destinaram R$ 30 bilhões mensais às bets, conforme o Banco Central. Este montante compromete orçamentos familiares e afeta o consumo.
Em agosto de 2024, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões para apostas via Pix. O governo, por meio da Advocacia-Geral da União, não tem condições de impedir esse uso indevido dos recursos.
A Confederação Nacional do Comércio estima que o varejo perdeu R$ 103 bilhões em 2024 devido ao desvio de recursos para apostas, agravando o endividamento entre famílias com renda de até três salários mínimos.
Esse novo perfil de consumo compromete a qualidade de vida, desviando recursos essenciais como alimentos e remédios para jogos de azar.
Sem solução imediata para o vício em apostas, as famílias podem ver sua poupança corroída, potencializando uma espiral de endividamento crescente no País.