Argentina muda política monetária e deixará mercado definir juros

BCRA (Banco Central da República Argentina) anunciou a abandonar a fixação da taxa básica de juros e adotar um sistema de controle de agregados monetários, com taxas determinadas pelo mercado.

A mudança foi divulgada em 9 de junho de 2025 como parte de um pacote econômico para captar até US$ 7 bilhões e aumentar as reservas internacionais, além de controlar a inflação.

O pacote foi apresentado pelo Ministério da Economia e pelo BCRA sem entrevistas a jornalistas. As medidas visam enfrentar dificuldades na compra de reservas e controlar a cotação do dólar.

O ministro da Economia, Luis Caputo, negou especulações sobre a intenção de gerar volatilidade no câmbio, afirmando que o governo tem diferentes maneiras de acumular reservas internacionais.

• Atração de investimentos estrangeiros.
• Financiamentos para empresas e províncias.
• Venda de ativos estatais, como o AVE e licitações de centrais hidrelétricas.

Essa decisão é parte do acordo com o FMI, que exige aumento de US$ 4,4 bilhões nas reservas líquidas até 13 de junho.

As novas medidas começam a ser implementadas em 10 de julho, encerrando a emissão das Lefi e substituindo-as por títulos de curto prazo em pesos (LECAPs).

O governo argentino planeja emitir até US$ 7 bilhões até o final do ano para atingir a meta do FMI. Outras medidas incluem a emissão de títulos públicos em dólares, limitados a US$ 1 bilhão por mês.

O Banco Central também realizará operações de recompra de contratos de puts sobre títulos do Tesouro e anunciou um segundo acordo de recompra de até US$ 2 bilhões em 11 de junho.

As mudanças impactarão diretamente o BCRA, o Ministério da Economia, bancos, investidores e a população argentina, incluindo a oferta da Série 4 do BOPREAL para empresas com dívidas anteriores a 2025, com a primeira licitação em 18 de junho.