Argentina e FMI já fizeram 23 acordos; Milei diz que desta vez 'vai ser diferente'
Argentina recorre novamente ao FMI em busca de estabilidade econômica. O novo empréstimo de US$ 20 bilhões gera desconfiança entre os cidadãos, que vivem a repetição histórica de crises financeiras.
Argentina recebe empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI, marcando a 23ª vez desde os anos 1950 que o país recorre ao fundo para salvar sua economia.
Emprestimos anteriores ocorreram em situações críticas, como a ditadura dos anos 1970, a crise econômica de 2001 e a corrida bancária de 2018, com um crédito recorde de US$ 44 bilhões.
O sentimento geral entre os argentinos é de desconfiança. O baixista Ariel Cazorla afirma: "Se te emprestam, é porque veem que você pode pagar." A desconfiança é refletida em músicas e humor ao longo de décadas.
O presidente Javier Milei promete que, desta vez, será diferente. O foco será fortalecer o Banco Central e liberar o controle cambial sustentável, segundo anúncio recente.
Com aprovação de mais de 40%, alguns argentinos confiam na abordagem de Milei, vendo-o como uma solução para o rombo deixado por Alberto Fernández.
A cientista política Belén Amadeo ressalta que a identidade argentina está marcada pela dívida com o FMI, e que há uma narrativa de dependência e imperialismo.
Historiador Felipe Pigna afirma que os empréstimos do FMI têm sido financiamentos financeiros, limitando investimentos em setores como educação. A relação com o FMI, segundo ele, "determina totalmente a vida dos argentinos".
Pigna ainda indica que a balança negativa de exportações e importações mantém o ciclo de endividamento que o país enfrenta há décadas.
Com AFP.