Apostadores destinaram até R$ 30 bi por mês para bets no Brasil, diz BC em CPI
Dados recentes apontam que brasileiros apostaram até R$ 30 bilhões ao mês nos primeiros três meses de 2025, destacando o crescimento do mercado após a regulamentação do setor. O Banco Central admite dificuldades na fiscalização e monitoramento das apostas ilegais, enfatizando o impacto econômico e os riscos associados ao crédito para apostadores.
Brasil destina até R$ 30 bilhões por mês para apostas. Dados foram apresentados na CPI das Bets pelo secretário-executivo do Banco Central, Rogério Lucca.
A regulamentação do setor ocorreu em 1º de janeiro de 2025. Estimativas do Banco Central indicam que de jan./março deste ano, a atividade girou entre R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões mensalmente.
O Banco Central também subestimou o montante pago em prêmios: cerca de 85% dos recursos retornam aos ganhadores. Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda observa um retorno de 93% a 94%.
Galípolo ressaltou que o BC não tem competência legal para fiscalizar apostas ilegais e que sua atuação se restringe à prevenção à lavagem de dinheiro e proteção de dados pessoais.
A CPI das Bets foi instalada em novembro de 2024 para investigar a influência das apostas no orçamento das famílias brasileiras. A relatora é a senadora Soraya Thronicke.
Uma nota técnica do BC revelou que beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões via Pix para apostas em agosto de 2024. Mensalmente, as transferências para apostas variaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões.
Executivos do setor criticaram a análise do BC por não considerar o valor devolvido em prêmios. Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 210 milhões em apostas em agosto de 2024.
Apostas online foram liberadas no Brasil no final do governo Michel Temer, mas ficavam sem regulamentação durante o governo Bolsonaro. Com a nova legislação aprovada sob Lula, apenas empresas autorizadas podem atuar agora.