Após ultimato médico, Michelle volta a limitar visitas e contatos de integrantes do PL com Bolsonaro
Michelle Bolsonaro limita o contato de aliados com Jair Bolsonaro enquanto ele se recupera de problemas de saúde. Ex-presidente cancelou agendas e deverá se manter em repouso após recentes complicações médicas.
Michelle Bolsonaro restringiu contatos de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro por tempo indeterminado, enquanto ele se recupera de uma esofagite provocada pelo uso de sonda pós-operatória.
Bolsonaro cancelou suas agendas após sentir-se mal no dia 1º e receber um ultimato médico para se resguardar.
Como já havia feito anteriormente, Michelle comunicou ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, que os parlamentares deveriam evitar contatos. Visitas ao ex-presidente também estão restritas.
Sóstenes relatou: "Falei com a Michelle, que pediu para evitar convites para eventos. Eu mesmo não falei com ele depois disso."
Michelle tem sido decisiva em limitar o acesso ao ex-presidente e ditar os rumos do tratamento. No início do ano, ela escolheu que a cirurgia ocorresse em Brasília para evitar o antigo médico de Jair.
Nos primeiros dias da internação, Michelle estabeleceu que apenas quem ela autorizasse poderia falar com Bolsonaro, restringindo o contato a aliados como Luciano Zucco e Valdemar Costa Neto.
A opção por Brasília afastou Bolsonaro do núcleo político do governador Tarcísio de Freitas, irritando aliados. Kelly intermediou os contatos com lideranças do PL.
Sensores como Rogério Marinho e Damares Alves apenas se comunicaram com médicos no hospital.
Desde abril, o ex-presidente sofre com crises de soluço. Para evitar novas crises, a recomendação é de repouso e exercícios regulares. O cirurgião Cláudio Birolini afirmou que Bolsonaro apresentou melhora.
Casos repetidos de internação acenderam a preocupação no PL. Existe o temor de que isso passe a imagem de fragilidade do líder do partido, que se coloca como candidato à Presidência em 2026, apesar de estar inelegível.
Por isso, a recomendação é não contar com ele em eventos até que haja liberação médica. Os problemas de saúde são vistos como brechas para questionar sua capacidade para a corrida eleitoral.
Bolsonaro cancelou eventos em Santa Catarina e Rondônia, comunicando a ausência a aliados após faltar a um evento em Brasília.
A presença em manifestações, apesar das recomendações médicas de repouso, ocorreu após uma internação por pneumonia infecciosa e tratamento com antibióticos.