Após ter pais levados de casa, jovem ucraniano foge para escapar da ocupação russa
Crianças ucranianas sob ocupação russa enfrentam ameaças, repressão e tentativas de russificação nas escolas. Andrii e Oleh, duas dessas crianças, narram a dramática experiência de perder os pais e a luta pela sobrevivência em meio ao medo constante.
Andrii, 20 anos, recorda o dia em que quatro russos armados invadiram sua casa em Kherson, Ucrânia, em 11 de junho do ano passado. O irmão, Oleh, 16, estava no quintal. Os agentes da FSB reviraram o lar atrás de "indícios de colaboracionismo".
Os russos confiscam o celular da mãe e a levam, afirmando que ela fazia doações para o Exército ucraniano. No dia seguinte, o pai é preso. Desde então, Andrii e Oleh perderam contato com os pais.
Atualmente, a Rússia ocupa 20% do território ucraniano, afetando cerca de seis milhões de pessoas, incluindo 1,5 milhão de crianças e adolescentes. Estes enfrentam processos de ‘filtragem’ para determinar sua lealdade.
As crianças têm obrigações de estudar sob um currículo russo, que retrata a Ucrânia como um “Estado neonazista” e dificulta o ensino da língua ucraniana. Yulia Tukalenko, psicóloga, indica que essas crianças sofrem de estresse crônico e ansiedade elevada.
Após a detenção dos pais, Andrii procurou informações em um posto de controle russo e foi interrogado. Temendo a deportação de seu irmão e a convocação para o Exército, os irmãos fugiram de Kherson.
A organização Save Ukraine deu apoio a Andrii e Oleh, resgatando 617 crianças desde 2022. Mikola Kuleba, presidente da entidade, menciona casos frequentes de crianças transferidas para "campos de reeducação" na Rússia.