Após IBC-Br, economistas dizem ainda ver atividade resiliente, mas em desaceleração
Apesar do aumento da Selic, a atividade econômica brasileira mostra resiliência e registra crescimento em abril. Economistas destacam desafios futuros, com uma política monetária contracionista e incertezas internacionais.
Atividade econômica brasileira resiste a política monetária contracionista, com o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentando a Selic nas últimas seis reuniões. O IBC-Br registrou alta de 0,2% em abril, seu quarto aumento consecutivo.
Economistas observaram uma perda de ímpeto no indicador, que teve crescimentos mensais de 1,41% (janeiro), 0,60% (fevereiro) e 0,70% (março). No entanto, a atividade econômica permanece relativamente aquecida.
O economista Luis Otávio Leal apontou pressão de uma política monetária restritiva e incertezas internacionais, mas ressaltou o mercado de trabalho apertado e os esforços do governo para sustentar a demanda.
Projeção para o PIB: crescimento de 0,4% no 2° trimestre, apesar de um desempenho ambíguo nas primeiras atividades deste período.
A produção industrial teve crescimento de apenas 0,1% e vendas do varejo caíram 0,4% em abril. Por outro lado, os serviços cresceram 0,2%.
Leonardo Costa, do ASA, mencionou recuo na atividade agropecuária e na indústria, mas destacou aceleração nos serviços (+0,4%). Expectativa de desaceleração gradual da economia é apontada.
Goldman Sachs analisou o crescimento acima do esperado em abril, impulsionado pelos serviços, porém afetado por quedas na indústria e agricultura. Em comparação anual, houve variação de 2,46%.
Fatores de atenuação: condições monetárias restritivas, alto endividamento familiar e baixa ociosidade econômica.
A Genial Investimentos prevê crescimento notável na agropecuária em 2025, mas um cenário de desaceleração para a economia, influenciado pelos estímulos à demanda e pagamentos de precatórios.
A XP observou que os fundamentos de consumo, como emprego e renda, superaram expectativas, e mediu um aumento do PIB em 2,5% para 2025.