Após confirmar domínio do Parlamento, Maduro avança em reforma da Constituição
Com vitória esmagadora do chavismo nas eleições, Maduro se prepara para reformar a Constituição. A baixa participação popular reflete o descontentamento da população frente a um pleito marcado por fraudes e apatia.
Após as eleições legislativas na Venezuela no último domingo (25), Nicolas Maduro assegura um Legislativo quase totalmente chavista, facilitando seus planos de reforma constitucional.
A população participou das eleições para governadores e deputados, mas a apatia prevaleceu. O órgão eleitoral informou uma taxa de participação de 43%, enquanto a opositora Maria Corina Machado estimou em 15%.
O CNE confirmou que, com 99,88% das urnas apuradas, o chavismo obteve 83,4% dos votos, totalizando 5.024.475. Os resultados foram:
- Aliança Democrática: 6,1% (361.769 votos)
- Aliança Única da UNTC: 5% (304.425 votos)
- Força Comunitária: 2,4% (141.588 votos)
- Outros candidatos: 3,1% (181.926 votos)
Dos 285 cargos, 256 (90%) foram para o chavismo. Apenas 29 (10%) foram para a oposição e independentes. Os principais eleitos incluem Henrique Capriles, Bernabé Gutiérrez e Stalin González.
Maduro já havia solicitado, em fevereiro, uma comissão especial para apresentar propostas de reforma constitucional até 15 de maio. Ele pretende adiar o envio da proposta ao novo Legislativo.
Maduro indicou que deseja incluir um novo sistema de votação e quer que a reforma envolva participação ampla da população. Ele destacou a importância de um sistema eleitoral que permita maior inclusão e diálogo.
Maduro considera reformar a Constituição de 1999, afirmando que isso requererá o consenso das maiorias. A atual Constituição foi aprovada em referendo em 1999 e não passou por reformas significativas desde a eleição de uma nova assembleia constituinte em 2017.