Após bombardeios de Israel, Síria aceita cessar-fogo com drusos
A pressão da comunidade drusa em Israel culminou em ataques aéreos israelenses na Síria, após uma série de ataques a drusos sírios por milícias ligadas ao governo. O cessar-fogo resultou na retirada das tropas do regime sírio da província de Sweida, enquanto a segurança local agora será garantida pelos próprios drusos.
Comunidade drusa de Israel pressiona o governo de Benjamin Netanyahu a intervir militarmente na Síria após ataques a drusos sírios por grupos ligados ao presidente Ahmed al-Sharaa na província de Sweida.
Após ataques aéreos israelenses a alvos do governo sírio, o regime anunciou a retirada de tropas da região após 5 dias de confrontos intensos. Essa decisão resultou de um acordo de cessar-fogo com líderes drusos locais, anunciado por Yusuf Jerboua.
A trégua prevê a retirada das forças do regime, mantendo apenas presença policial sob comando druso. Apesar de um acordo prévio de pausa nos combates, a situação se agravou e os drusos em Israel relataram pelo menos 160 mortes entre sua comunidade.
Os drusos, minoria religiosa presente em Síria, Líbano e Israel, estão entre as comunidades mais integradas em Israel. Além de serem submetidos ao serviço militar obrigatório, mantêm uma relação tensa com setores do islamismo radical.
Na manhã de quarta-feira, drusos fecharam o comércio em Isfiya em protesto e outros cerca de 1.000 atravessaram a fronteira para ajudar seus correligionários. Os ataques israelenses iniciaram na mesma manhã, causando preocupação na região.
Reda Mansour, ex-embaixador de Israel no Brasil e parte da comunidade drusa, destacou que os ataques do regime sírio visam pressionar os drusos a aceitarem a presença das tropas do governo em Sweida. A comunidade mantém posturas patrióticas em relação aos países onde vive, mas isso pode gerar tensão entre drusos sírios e Israel.
As tensões aumentaram com o anúncio da movimentação de drusos em auxílio aos sírios, despertando temores de novos sequestros, semelhantes aos que já ocorreram. Netanyahu pediu que os drusos retornassem ao país e afirmou que as Forças de Defesa de Israel protegeriam a comunidade drusa na Síria.