Após acordo, Hugo Motta não garante que compensações ao IOF serão aprovadas no Congresso
Hugo Motta expressa incertezas sobre a aprovação das medidas de compensação ao aumento do IOF, sinalizando resistência do Congresso. A proposta do governo inclui o fim da isenção de Imposto de Renda para títulos financeiros, o que pode gerar forte reação da bancada ruralista.
Presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que não pode garantir a aprovação das medidas de compensação ao aumento do IOF pelo Congresso. As propostas foram apresentadas pelo governo federal no dia 8 de outubro.
Entre as medidas, destaca-se o fim da isenção do Imposto de Renda para alguns títulos financeiros, incluindo o Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais). Motta ressaltou que essa mudança poderá encontrar resistência, dado que a bancada ruralista possui 303 deputados e 50 senadores.
Em evento promovido pelo jornal Valor Econômico, Motta comentou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um acordo para compensar o aumento do IOF, que prevê:
- Aumento da taxação de apostas esportivas;
- Alteração na tributação de instituições financeiras;
- Cobrança de Imposto de Renda de 5% sobre títulos até então isentos.
No entanto, Motta criticou a falta de discussões estruturais durante a reunião. Ele argumentou que mudanças devem ser feitas com responsabilidade e com um debate mais amplo sobre isenções fiscais e o crescimento do primário em diversas áreas.
Motta também indicou que o Congresso pode resistir à eliminação de incentivos fiscais, uma vez que a redução de 10% nas isenções foi discutida, mas a implementação ainda não foi decidida. A previsão atual é de que o valor das isenções chegue a R$ 800 bilhões.
O presidente da Câmara defendeu a necessidade de um planejamento para o futuro e que não se pode mudar as regras sem prever o impacto para as empresas.