Apoios no Executivo e no Judiciário são trunfos para Glauber Rocha manter o mandato
Glauber Braga continua sua greve de fome após a decisão do Conselho de Ética, que pode resultar em sua cassação. Deputados do PSOL e ministros do governo Lula buscam alternativas políticas para reverter a situação.
Glauber Braga (PSOL-RJ) segue em greve de fome há seis dias após votação pela cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Câmara. Sua esposa, deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), reporta sinais de fraqueza e perda de quatro quilos.
Braga foi condenado por agressão a um militante do MBL, o que marca o primeiro caso de cassação por agressão física. Segundo Sâmia, “somente 3% dos casos resultaram em cassação”, normalmente envolvendo corrupção ou assassinato.
Aliados de Braga veem a decisão como uma retaliação político-partidária do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL). Isso se deve à atuação de Braga com o ministro do STF, Flávio Dino, para barrar emendas do orçamento secreto.
Nos últimos dias, seis ministros do governo Lula, incluindo Gleisi Hoffmann e Márcio Macêdo, visitaram Braga para discutir alternativas. Sâmia expressa esperança de uma solução política através da CCJ ou do Plenário e menciona a possibilidade de recurso ao Supremo.
Precedendo o caso de Braga, estava o processo de cassação do deputado Domingos Brazão, por assassinato, que ainda não foi votado. Sâmia teme que a celeridade do caso de Braga indique dois pesos e duas medidas.
Atualmente, a Câmara não tem sessões por conta de um feriado, e o presidente Hugo Motta está viajando. Sâmia acredita que essa ausência é uma escolha política para esvaziar a Casa.