Apagão na Europa: entenda por que reiniciar uma rede elétrica após colapso maciço é tão difícil
Operadores das redes elétricas da Espanha e Portugal enfrentam um desafio complexo após um apagão severo que afetou ambos os países. O religamento gradual dos sistemas tem sido dificultado por oscilações na frequência e pela dependência de fontes de energia renováveis.
Operadores de redes elétricas da Espanha e Portugal enfrentam um dos piores apagões da Europa em mais de uma década, tentando religar os sistemas do zero.
A restauração da energia é lenta, com Lisboa finalmente recebendo luz após horas de espera. O operador Red Eléctrica previa um restabelecimento em 6 a 10 horas, mas a previsão já parecia otimista.
A causa da interrupção é incerta, mas a Espanha destaca-se na geração eólica e solar. Os operadores de rede enfrentam desafios com a resiliência, à medida que a energia renovável cresce.
O processo de "partida a frio" é necessário para restaurar a rede após uma falha generalizada. Esse método utiliza pequenos geradores para formar “ilhas” de energia que se conectam à rede principal.
Embora regras europeias exijam testes regulares de capacidade, o processo é complicado e demorado. Hospitais e centros comerciais têm geradores de backup para situações de emergência.
Apagões dessa magnitude são raros; o último grande ocorreu em 2006, afetando 15 milhões de residências em vários países europeus. O crescimento da energia renovável desde então criou novos desafios para o equilíbrio da rede.
A frequência elétrica foi um dos fatores principais nos apagões do Texas em 2021, e a oscilação mencionada pelo Red Eléctrica sugere problemas na frequência da rede. Um monitoramento indicou um movimento de frequência antes do apagão, indicando uma possível reação em cadeia.
A energia cinética gerada por usinas térmicas é vital para a estabilidade da rede, algo que turbinas eólicas e painéis solares não podem fornecer. A falta de interconexões da Espanha com outros países também torna seu sistema vulnerável, limitando opções de apoio em momentos de falta ou excesso de energia.