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António Costa critica plano de Trump para retirar palestinos de Gaza

António Costa critica proposta de Donald Trump sobre palestinos e defende ação militar em Gaza como desproporcional. O líder europeu também discute questões globais e reforça a importância da defesa coletiva na Europa frente à Rússia.

António Costa, presidente do Conselho Europeu, classificou como “absolutamente inaceitável” a proposta de Donald Trump de remover palestinos da Faixa de Gaza.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Costa afirmou que a medida desestabilizaria toda a região. Ele apontou que as operações militares israelenses em Gaza já ultrapassaram os limites da legítima defesa e “não encontram justificativa no contexto da ação militar contra o Hamas”.

Essa declaração reflete uma mudança na abordagem europeia sobre o conflito. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, indicou revisões em acordos comerciais com Israel. O país respondeu que isso “apenas encorajaria o Hamas”.

Costa, que estava em São Paulo para o Fórum de Investimentos UE-Brasil, também discutiu a guerra na Ucrânia e o acordo UE-Mercosul. Ele reiterou que o desmantelamento do Hamas é necessário para a solução de dois Estados, considerada a única via para a paz duradoura.

O líder europeu notou um alinhamento de 99% entre as agendas do Brasil e da UE em questões globais, destacando que a UE é a principal financiadora da Autoridade Palestina e que vários países do bloco já reconheceram a Palestina.

Sobre a defesa europeia em relação à Rússia, Costa defendeu um sistema coletivo forte, destacando que não é necessário criar 27 exércitos individuais, mas sim um sistema de defesa capaz de dissuadir a Rússia.

Ele identificou a Rússia como agressora e a Ucrânia como vítima, ressaltando que o Brasil tem “autoridade moral” para pressionar Moscou.

O processo de aprovação do acordo UE-Mercosul deve iniciar entre junho e julho, com esperança de conclusão durante a presidência brasileira do bloco, de julho a dezembro de 2025.

Por fim, sobre a COP30 que acontecerá em Belém em novembro, Costa afirmou que a UE apoia o Brasil na organização do evento, visando seu grande sucesso, mesmo amid as discussões sobre exploração petrolífera na foz do Amazonas.

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