Anti-imigração, cardeal húngaro nomeado por João Paulo 2º pode reverter posições de Francisco
Cardeal húngaro Péter Erdo, defensor da ala conservadora da Igreja Católica, pode suceder o papa Francisco e mudar direções políticas da Igreja. Com um histórico de opiniões firmes sobre imigração e família, sua eleição poderia trazer uma nova era de conservadorismo para o Vaticano.
Em 2015, o arcebispo de Esztergom-Budapeste, Péter Erdo, alinhou-se ao governo húngaro de Viktor Orbán ao afirmar que a Igreja Católica não acolheria imigrantes, citando que isso tornaria os membros "traficantes de pessoas".
Depois de se encontrar com o papa Francisco, Erdo aceitou "o conselho do papa sobre o acolhimento aos refugiados". Contudo, suas opiniões não mudaram, com ele reafirmando sua posição em 2017 e 2019, criticando a ideia de permitir que todos entrem na Europa.
Atualmente, Erdo é um dos principais candidatos a suceder Francisco, representando a ala conservadora da Igreja. Nascido em 1952 e forçado a fugir durante a Revolução Húngara de 1956, sua experiência em um regime comunista moldou seu pensamento. Participou de negociações que reestabeleceram relações entre o Vaticano e a Hungria após a Guerra Fria.
Considerado culto e conhecedor, Erdo é, no entanto, descrito como frio por sua postura. Ele evita posicionar-se em questões polêmicas, mas já se manifestou contra uniões homossexuais e defendeu a indissolubilidade do casamento durante o Sínodo da Família em 2015.
As chances de Erdo no próximo conclave são incertas, mas ele apresenta vantagens: aos 72 anos, garantiria uma década de liderança e é visto como uma opção conservadora menos arriscada do que outros candidatos.