Antes de Lula reencontrar Xi, Brasil negocia logística, e China propõe tecnologia
Rui Costa busca fortalecer parcerias com a China para impulsionar investimentos em logística e cadeias produtivas. A visita sinaliza novas oportunidades de cooperação em tecnologia e infraestrutura entre Brasil e as potências asiáticas.
Ministro Rui Costa inicia visita a Pequim por cinco dias a partir do próximo sábado (26). O objetivo é buscar investimentos em logística e cadeias produtivas para projetos que serão anunciados por Lula e Xi Jinping em maio.
Após Pequim, Rúi Costa passará dois dias em Xangai, no Novo Banco de Desenvolvimento, presidido por Dilma Rousseff. O banco, conhecido como Banco do Brics, deve financiar parte dos acordos.
Uma delegação chinesa visitou recentemente o Palácio do Planalto para conhecer o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Durante a visita de Xi a Brasília, ambos concordaram em buscar sinergias entre o PAC e a Iniciativa Cinturão e Rota, conhecida no Brasil como Nova Rota da Seda.
Um foco das discussões foi o Corredor Bioceânico, ligando o Brasil ao Pacífico, com rodovias e ferrovias até o Chile e o Peru. O interesse da China pode resultaria na entrada de gigantes chineses em licitações no Brasil.
Além disso, o ministro e sua comitiva buscam investimentos nas cadeias industriais. Um projeto em destaque é o satélite CBERS-5, uma parceria iniciada em 1988, celebrado como modelo de cooperação tecnológica.
No encontro preparatório para o Fórum China-Celac, o ministro da Ciência e Tecnologia, Yin Hejun, ressaltou a importância da colaboração. O Fórum ocorrerá no próximo dia 13 e busca criar um mecanismo de cooperação em áreas como agricultura e inteligência artificial.
Além disso, o diretor do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhang Run, destacou que a relação com a América Latina não segue os jogos de soma zero, referindo-se também à cooperação em satélites.
Segundo Zhang, China e América Latina têm economias complementares em ciência e tecnologia, com vantagens únicas em áreas como companhia biodiversidade, tecnologia agrícola e energia renovável.