‘Anomalia’, ‘tentativa de intimidação’, reage Aldo Rebelo sobre ameaça de prisão feita por Moraes
Aldo Rebelo defende que sua condenação à intimidação é um reflexo dos tempos difíceis e critica a postura do STF em relação aos acusados do 8 de Janeiro. Durante o depoimento, um embate com o ministro Alexandre de Moraes culminou em ameaças de prisão por desacato.
Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, classifica como uma “tentativa de intimidação” a ameaça de prisão feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O episódio ocorreu durante o depoimento de Rebelo na ação penal do golpe, onde ele foi ouvido como testemunha a pedido da defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, réu por suspeita de participação no golpe.
O ex-ministro afirmou que não se deixará intimidar: “Minha geração lutou contra a repressão do regime militar... não tenho o direito de me deixar intimidar em plena democracia.”
Durante a audiência, houve um desentendimento quando Moraes pediu que Rebelo “se ater aos fatos”, e o ex-ministro respondeu que não admitiria ser censurado. Moraes ameaçou prendê-lo por desacato.
Rebelo criticou o STF por “abusos” contra os acusados do 8 de Janeiro, comparando as ações do tribunal com os métodos utilizados contra investigados de governos do PT.
A confusão começou após uma pergunta sobre uma declaração de Garnier, que falou sobre deixar tropas “à disposição” de Jair Bolsonaro em caso de golpe. Rebelo defendeu que a frase não deveria ser “tomada literalmente”.
Moraes, questionando Rebelo sobre sua presença na reunião, afirmou que ele não poderia avaliar a frase usada. Rebelo então respondeu: “A minha apreciação da língua portuguesa é minha e não admito censura.” Moraes reiterou a ameaça de prisão por desacato.