Anderson Torres 'foi obrigado' a participar de live com Bolsonaro, diz ex-assessor em depoimento ao STF
Depoimento revela pressão sobre Anderson Torres para participar de live descreditando urnas eletrônicas. Antonio Ramiro Lourenzo destaca que a reunião visava apenas discussões sobre crimes eleitorais, rejeitando a ideia de um golpe.
Depoimento no STF: Antonio Ramiro Lourenzo, ex-assessor do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, afirmou que o ministro foi obrigado a participar de uma live com Jair Bolsonaro em julho de 2022, descredibilizando as urnas eletrônicas.
Lourenzo depôs como testemunha em uma ação penal relacionada ao "núcleo crucial" da trama golpista.
Durante o depoimento, que ocorreu por videoconferência do carro, ele destacou que a live foi um momento emblemático, em que servidores tentaram evitar a transmissão no Ministério da Justiça. Lourenzo disse que Torres não teve escolha ao participar.
Os funcionários do ministério compilaram documentos "técnicos" para auxiliar Torres na live, que Lourenzo leu e marcou. Ele negou que houvesse intenções golpistas por parte de Torres ou do Ministério, afirmando que as reuniões focavam apenas em crimes eleitorais.
Ao ser questionado sobre os planos de golpe, Lourenzo declarou que o termo "golpe" era apenas uma narrativa da mídia. O ministro Alexandre de Moraes o advertiu a se atentar aos fatos relevantes para a Corte.
Além disso, Lourenzo foi indagado sobre uma postagem crítica dirigida à esquerda, a qual reconheceu como uma declaração pessoal, não representando sua postura no ministério, e expressou arrependimento por tais declarações.