Anderson Torres diz ao STF que nunca questionou lisura do processo eleitoral
Anderson Torres declarou que suas críticas às urnas eletrônicas foram motivadas por preocupações com a eleição de 2022. Ele é um dos réus envolvidos na ação penal do núcleo da trama golpista que está sendo julgada pelo STF.
Ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou nunca ter questionado a lisura do processo eleitoral durante interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é um dos oito réus na ação penal do “núcleo crucial” da trama golpista.
A audiência foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso. Quando questionado sobre suas declarações durante o governo Bolsonaro, Torres disse que sua preocupação era com a possível derrota nas eleições de 2022, que de fato ocorreu.
“Quis dizer que se a gente perdesse a eleição, tudo que construímos seria perdido", declarou Torres, que também mencionou que suas falas sobre o processo eleitoral estavam relacionadas a recomendações técnicas da Polícia Federal (PF).
Torres é o quarto réu interrogado; os anteriores foram:
- Almir Garnier - ex-comandante da Marinha;
- Mauro Cid - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Alexandre Ramagem - ex-chefe da Abin e atual deputado federal.
A Primeira Turma é composta por cinco ministros, incluindo Luiz Fux. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e advogados de defesa também podem fazer perguntas. Os réus estão presentes na audiência, exceto Braga Netto, que, preso no Rio de Janeiro, participa por videoconferência.
O grupo é acusado de tentar dar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula após a derrota nas eleições de 2022. Todos foram tornados réus em março, com decisão unânime do colegiado.