Analistas comentam impacto de IR sobre Fundos Imobiliários e Fiagros
Nova taxação de 5% sobre FIIs e Fiagros poderá impactar rendimentos e atratividade desses investimentos. Especialistas alertam para possíveis ajustes nos preços das cotas e efeitos no comportamento dos investidores.
Fundos Imobiliários (FIIs) e Fiagros devem ser taxados em 5% pelo Imposto de Renda (IR) segundo nova Medida Provisória (MP) a ser enviada ao Congresso. Isso surge como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A incidência do imposto será sobre investidores pessoas físicas em fundos negociados em bolsa ou mercado de balcão, com exceção de ganhos líquidos na negociação. A nova alíquota deve valer a partir de 2026 e aplicará apenas a novas emissões.
Se aprovada, o especialista Arthur Vieira de Moraes prevê que cotações dos fundos podem cair proporcionalmente à alíquota, mantendo rentabilidade equivalente. Por exemplo, se um fundo custa R$ 100 e rende R$ 0,80, após tributo o investidor receberá R$ 0,76.
O investidor poderia conseguir a mesma rentabilidade comprando cotas por R$ 95,00. Moraes alerta que a tributação pode gerar efeito manada entre pequenos investidores, mas os institucionais, isentos de imposto, podem equilibrar a compra.
Para novos aportes, o impacto do IR não deve afetar tanto os preços dos ativos, mas investidores que dependem da renda dos fundos terão uma redução em sua receita.
Carolina Borges, da EQI Research, destaca que a MP ainda não tem texto formal e a proposta final pode mudar. Taxações semelhantes foram cogitadas antes, mas mal recebidas pelo mercado.
Ela lembra que, apesar da possível taxação, os FIIs continuam com viabilidade de investimento, e a alíquota de 5% é inferior a outras de renda fixa, mantendo um certo diferencial.