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Analistas aplaudem acordo, mas alertam para otimismo exagerado

Analistas ponderam sobre os efeitos reais da trégua tarifária entre EUA e China. Enquanto há uma reação positiva do mercado, a incerteza continua a pairar sobre o futuro das relações comerciais entre as duas potências.

Estados Unidos e China anunciaram a redução drástica das tarifas sobre produtos mútuos por 90 dias, mas analistas alertam para um otimismo excessivo na disputa comercial.

Karen Georges, da gestora Ecofi, destaca que, embora a alta das Bolsas seja positiva, “a narrativa não mudou”. O mercado continua frágil.

Mark Williams, economista-chefe da Capital Economics, vê a redução como “substancial”, mas ressalta que as tarifas dos EUA ainda são muito mais altas que as de outras economias. Não há garantia de que a trégua se torne um cessar-fogo duradouro.

O Commerzbank aponta que, mesmo com o novo acordo, as tarifas entre EUA e China permanecem significativamente mais altas em comparação ao período anterior ao governo Trump.

Neil Wilson, da Saxo, afirma que os EUA tentam se tornar independentes da economia chinesa, o que poderia resultar em uma queda no comércio.

Analistas do Société Générale consideram a situação menos hostil, mas ainda há incertezas significativas para empresas e famílias durante o período de 90 dias.

Roberto Scholtes, do Singular Bank, observa que o mercado de ações está se recuperando, mas a história mostra que acordos geralmente demoram a ser concretizados. Em 2018, um acordo foi adiado, levando a mais de 18 meses de tarifas adicionais.

Além disso, a China não cumpriu compromissos de compra do acordo de Fase Um, resultando em aumento do déficit comercial dos EUA com a China durante a pandemia.

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