Análise: tarifaço de Trump contra o Brasil esfria crise, mas clima de incerteza prossegue
A antecipação e a redução das tarifas dos EUA sobre o Brasil trazem novas incertezas para as exportações brasileiras. Com quase 700 itens isentos, a negociação entre os países ainda está em aberto e pode sofrer mudanças significativas.
Aumento de tarifas dos EUA contra o Brasil será de 50%, inicialmente previsto para 1º de agosto, foi antecipado, com uma implementação menor e adiada para a próxima semana.
Uma lista de quase 700 itens isentos diminuirá o impacto, representando 42,3% das exportações brasileiras para os EUA em 2024, segundo a Amcham. Produtos como combustíveis de petróleo, aviões e suco de laranja estão isentos.
Christopher Garman, da Eurasia, comentou que as isenções foram maiores que o esperado e a sinalização foi “mais suave”.
A incidência de 50% permanece sobre 57,7% dos produtos, incluindo café e carne, que saltará de 26% para 76%, dificultando as vendas, segundo Roberto Perosa, da Abiec.
A ordem executiva de Trump permite mudanças nas tarifas, dependendo de ações do governo brasileiro. Se o Brasil retaliar, as tarifas poderão aumentar ainda mais.
Trump também indicou que pode modificar as tarifas caso o Brasil tome medidas para alinhar-se com os EUA em questões de segurança e economia.
Muitas negociações estão em andamento, e o governo brasileiro já manifestou a intenção de continuar conversando, apesar das dificuldades nas demandas dos EUA, como retirar processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além disso, os EUA impuseram sanções ao ministro Alexandre de Moraes, o que pode complicar ainda mais a situação. A resposta do governo brasileiro poderá influenciar as tarifas e o clima político.
Estamos no início de um processo de negociação, em meio às incertezas globais sobre comércio e diplomacia.