Análise: Saída do Irã do TNP seria a consequência mais grave do conflito
Tensão entre Irã e Israel aumenta após ataque que pode levar a uma crise nuclear. A AIEA teme que a saída do Irã do Tratado de Não-Proliferação Nuclear abra precedentes perigosos para a paz global.
Após ataque de Israel ao Irã, AIEA teme consequências
O ataque de Israel ao Irã na madrugada de sexta-feira gerou preocupações na AIEA sobre a possível saída do Irã do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Se o Irã deixar o tratado, estará amparado pelo artigo X, que permite tal ação em caso de afronta à soberania.
O temor é que isso crie precedentes perigosos para outros países, ameaçando a paz mundial.
Israel não é signatário do TNP e é amplamente reconhecido por possuir armas nucleares, embora não o admita. O ataque ocorreu após a aprovação de um relatório que indicou um aumento de 50% no urânio enriquecido a 60% no Irã, em desacordo com seus compromissos.
O relatório, submetido por EUA, Reino Unido, França e Alemanha, teve 19 votos a favor e 11 abstenções, incluindo o Brasil. Este entendimento motivou o ataque israelense, que foi justificado pelo embaixador israelense na ONU, Danny Dannon.
O embaixador do Irã, Amir Saeid Iravani, recebeu apoio de vários países e pediu condenação ao ataque, ressaltando que o agressor não pode ficar impune.
O representante americano reafirmou a aliança com Israel, e o presidente Donald Trump indicou que estava ciente do ataque iminente durante negociações de paz.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que o ataque vai contra as leis internacionais e manifestou o desejo de visitar as instalações nucleares afetadas.
A AIEA condenou o ataque com mais veemência do que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que se limitou a criticar a escalada militar sem mencionar Israel.
A França também se absteve de condenar Israel e adiou uma conferência sobre a solução dos dois Estados, evidenciando uma diplomacia cautelosa.