Análise | O xadrez das terras raras: o papel estratégico do Brasil na nova geopolítica dos minerais críticos
Brasil possui potencial para se tornar líder na produção de terras raras, mas enfrenta desafios estruturais e falta de investimentos. O fortalecimento da cadeia produtiva e a criação de um marco legal são essenciais para aproveitar as reservas estratégicas do país.
China impôs novas restrições à exportação de terras raras, intensificando a guerra comercial com os Estados Unidos. Estes elementos, como neodímio e ítrio, são cruciais para tecnologias de defesa e transição energética.
O controle sobre terras raras é estratégico e inclui disputas geopolíticas, como a cobiça de Trump pela Groenlândia e a exploração mineral na Ucrânia.
A China, com a maior reserva mundial e domínio do setor, enfrenta competidores, como o Brasil, que possui a segunda maior reserva. Estados como Minas Gerais, Goiás e Bahia têm grandes potenciais.
Segundo a Deloitte, o Brasil pode agregar até R$ 243 bilhões ao PIB em 25 anos com o setor. No entanto, desafios incluem:
- Falta de um marco legal
- Desenvolvimento de pesquisas e soluções
- Insuficiente mapeamento de potenciais minerais
- Produção atual abaixo de 1% do total mundial
O Instituto Senai de Inovação destaca a necessidade de desenvolver rapidamente a cadeia produtiva, focando em:
- Fortalecimento do mapeamento de reservas
- Parcerias Público-Privadas para estudos geológicos
- Atração de investimentos em empresas menores
O Serviço Geológico do Brasil anunciou R$ 10,2 milhões em investimentos para inovar no uso de terras raras. Este é um passo importante, mas sem políticas integradas e um marco legal, o Brasil pode perder a chance de ser protagonista no setor, que detém 23% das reservas mundiais.
É necessário um entusiasmo e vontade política para avançar nesse setor vital.