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Análise: no acordo com a UE, desta vez foram os europeus, e não Trump, quem amarelou

Acordo reduz tarifas de 30% para 15% sobre bens da UE, oferecendo aos europeus uma solução temporária para evitar consequências econômicas severas. Contudo, as concessões feitas podem evidenciar a dependência da Europa em relação à segurança e à economia dos EUA, deixando um futuro incerto nas relações comerciais.

Donald Trump finalizou mais um acordo comercial, estabelecendo uma tarifa básica de 15% sobre bens da União Europeia, reduzida de 30% que havia sido ameaçada. Este acordo vem com promessas de investimentos e compras de energia e equipamentos militares.

O Japão também firmou um acordo semelhante recentemente, apesar de desmentir algumas das declarações de Trump.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comentou que o acordo foi o “melhor que conseguimos”, destacando a importância dos EUA como maior parceiro comercial da UE e fornecedor de tecnologia.

A negociação se concluiu antes do prazo de 1º de agosto, trazendo alívio ao mercado e evitando um cenário econômico negativo que poderia reduzir o PIB da zona do euro em 1,2%, segundo Barclays.

Entretanto, as tarifas e a valorização do euro frente ao dólar resultam em um desafio à competitividade europeia. O impacto esperado nas tarifas deve reduzir o PIB da zona do euro em 0,4%, podendo subir para 0,7% com novas surpresas.

Autoridades da UE consideram vulnerabilidades que podem levar a retaliações, enquanto Trump insiste que a UE garantirá a compra de US$ 750 bilhões em energia e investirá US$ 600 bilhões nos EUA.

O chanceler alemão Friedrich Merz promovera uma Europa mais independente, enquanto o acordo é criticado por ser uma “rendição incondicional.” Avalia-se a necessidade de uma abordagem mais habilidosa frente às concessões feitas.

A LVMH está adaptando sua produção, considerando abrir uma nova fábrica no Texas. Ao mesmo tempo, as tarifas nos EUA podem afetar diretamente os consumidores e a economia global, estimando-se um impacto de US$ 2 trilhões.

Com o crescimento da UE já lento, a integração mais profunda se torna essencial para reduzir a dependência de potências como os EUA e China. O futuro parece incerto diante das dinâmicas estabelecidas.

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