Análise: Milei promete ‘dolarização e liberdade’ aos argentinos para testar sua popularidade
Medida busca estimular a legalização de bilhões de dólares guardados fora do sistema financeiro e restaurar a confiança da classe média no governo. Presidente Milei aposta na popularidade do pacote para garantir apoio nas próximas eleições legislativas.
Governo argentino anunciou medida "reparação histórica"
O governo de Javier Milei revelou uma estratégia para legalizar cerca de US$ 214 bilhões que estão fora do sistema financeiro. A iniciativa busca atrair a classe média e média alta, que foi severamente afetada por seu recente ajuste fiscal.
A ARCA (Receita Federal argentina) terá seus poderes de fiscalização reduzidos. A imagem positiva de Milei caiu de 54% para uma faixa de 40% a 48%.
O partido governista, A Liberdade Avança, teve um bom desempenho nas eleições recentes, refletindo a crise do Proposta Republicana. Milei está ciente de que ainda precisa conquistar a lealdade da classe média.
O porta-voz do governo, Manuel Adorni, enfatizou que “o que é seu, é seu, e não é do Estado,” visando a confiança em um contexto de desconfiança governamental.
O corralito, a restrição de depósitos bancários de 2001, é uma lembrança traumática para os argentinos. Milei busca, com sua medida, recuperar apoio perdido e obter um “escudo legislativo” nas próximas eleições de 26 de outubro.
O presidente quer estimular o consumo e controlar a inflação, que é vista como crucial para atrair votos.
Além disso, muitos argentinos atualmente utilizam dólares para cobrir despesas devido ao aumento de tarifas e custos de vida. A medida de Milei visa simplificar operações financeiras e incentivar os dólares economizados a serem inseridos na economia.
Agora, os cidadãos poderão realizar transferências, saques e compras com menos controle fiscal, alinhando a política governamental ao lema “Viva a liberdade caralho”. A eficácia dessa estratégia será testada nas próximas urnas.