Análise: Medida de Israel que permite ajuda é aceno para aliados horrorizados com fome em Gaza
Israel implementa medidas de ajuda humanitária em Gaza após críticas internacionais, incluindo lançamentos aéreos de suprimentos e pausas táticas na atividade militar. No entanto, a ONU e grupos humanitários continuam a contestar a eficácia e a motivação dessas ações, enquanto a situação humanitária permanece crítica.
Israel responde à condenação internacional sobre a fome em Gaza com novas medidas humanitárias.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a liberação de ajuda humanitária por via aérea, com o primeiro lançamento realizado na noite de sábado (26/07) e outro contribuído pela Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos no domingo.
Israel permitirá uma "pausa tática na atividade militar" em algumas áreas e criará corredores humanitários para refutar as alegações de fome.
No entanto, o grupo Hamas criticou as medidas, chamando-as de "enganação" e sugerindo que Israel está tentando melhorar sua imagem global.
Apesar das promessas, Israel atacou durante a pausa, resultando na morte de uma mulher e quatro crianças. Israel nega ser responsável pela crise humanitária, o que é contestado por aliados da Europa, Nações Unidas e outras agências em Gaza.
Declarações de aliados, como do Reino Unido, França e Alemanha, foram firmes ao pedir que Israel suspenda as restrições de ajuda imediatamente.
Israel instituiu um bloqueio total, limitando o transporte de assistência humanitária, e estabeleceu a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) em colaboração com os EUA. Contudo, a ONU se recusa a trabalhar com esse sistema, considerando-o desumano e militarizado.
Um coronel aposentado das forças especiais dos EUA alegou que viu ataques de fogo contra civis enquanto trabalhava na GHF, uma afirmação negada por Israel.
Jonathan Whittall, da ONU, expressou que a situação humanitária em Gaza se deteriorou. Ele destacou a necessidade de reduzir o tempo de passagem para caminhões e melhorar a segurança para aqueles que buscam alimentos.
Israel divulgou vídeos dos lançamentos de ajuda, mas o método é considerado ineficaz e rudimentar, exigindo um cessar-fogo e uma operação de ajuda irrestrita para resolver a fome.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant enfrentam mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes relacionados à fome e à violência em Gaza.
Com mais de dois milhões de palestinos e uma população agora concentrada em uma área reduzida, o acesso a ajuda alimentar segue sendo um enorme desafio. Pacotes lançados de aviões podem acabar longe de quem realmente precisa, aumentando ainda mais a desespero em Gaza.