Análise | Como e por que a Califórnia move ação para desafiar Trump contra tarifas de importação
A Califórnia processa o governo Trump para contestar a legalidade das tarifas, alegando que apenas o Congresso pode impor tais medidas. O governador Gavin Newsom critica as políticas do presidente e busca proteger a economia do estado e os empregos ameaçados.
Califórnia processa para bloquear tarifas de Donald Trump
A Califórnia, por meio do governador Gavin Newsom e do procurador-geral Rob Bonta, entrou com uma ação judicial contra as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O estado busca proteger seus bilhões em importações e exportações, além de milhões de empregos nas áreas de agricultura, tecnologia e manufatura.
A ação foi protocolada em um tribunal federal em São Francisco, argumentando que a Casa Branca não tem autoridade para alterar os mercados globais de forma unilateral, reiterando preocupações já expressas por pequenos empresários.
Newsom descreveu a guerra comercial de Trump como 'imprudente' e indicou que nenhum estado está preparado para mais perdas. Radicado em um comércio bilateral de US$ 675 bilhões, a Califórnia é um dos maiores importadores e exportadores dos EUA.
O foco central da ação é um argumento político: somente o Congresso deve ter a autoridade de impor tarifas, não o presidente. Isso poderia forçar os republicanos a responder por suas decisões relacionadas às tarifas.
A decisão judicial pode ter amplas implicações, com o estado enfrentando incertezas econômicas relacionadas às tarifas, que já impactaram sua perspectiva econômica. A ação é considerada um marco, pois pode inspirar outros estados a entrar em disputas semelhantes.
Uma recente pesquisa mostrou que apenas 42% do público apoia as tarifas; a maioria acredita que os ricos se beneficiam mais e deseja que o Congresso implante medidas mais agressivas sobre a questão.
Com isso, a Califórnia busca não apenas uma vitória legal, mas também um posicionamento político em um cenário econômico cada vez mais conturbado pela atuação de Trump.